E fomos para o sertão
Terra de poetas e poesia
Para encher o coração
De arte a alegria
Andamos o dia inteiro
E o sol desembestava
O suor ia pingando
Enquanto a bochecha queimava
Eu ouvi de uma amiga
Bem no meio da festa
Que minha bochecha corada
Era o primeiro passo pra virar poeta
Ao voltar pela estrada
Aparentemente sem sorte
Por causa de um buraco
O carro deu capote
Ao som do pneu que derrapa
Vidro que quebra e metal que amassa
De rosto colado com a morte
Dançamos sua macabra valsa
As rodas viradas pro céu
Óleo pingando no chão
Olhei no olhos da morte
"Eu vou morrer?" - Pensei
"Ainda não" - Escutei?
Se minhas bochechas coradas
No poema me inicia
Olhar nos olhos da morte
E sair sem sofrer nada
Contando só com a sorte
Me faz transcender a poesia.
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