Desembrulhe e boa leitura

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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O amor e seu caráter transcendental.

Uma amiga minha acabou de publicar uma passagem da Bíblia bem interessante sobre o amor.
Coríntios, capítulo 13 (todo o capítulo). Embora na Bíblia que tem aqui em casa esse capítulo se refira à Caridade. O título é 'Excelência da Caridade'. Nas outras bíblias deve estar descrito como 'Excelência do Amor', ou algo do tipo.
Existe um princípio das crenças desde tempos antigos (e também algumas teorias da física) que afirma que tudo o que existe se trata de uma coisa só. Não é à toa que o Universo possui em seu nome um prefixo que remete à ideia de unidade. Em algum lugar também ouvi a expressão "Tudo é um e um é tudo", referindo-se à filosofia dos alquimistas onde essa consciência seria a chave para alterar aspectos da realidade (e na presença da Pedra Filosofal transformar metais em ouro e fazer o elixir da vida eterna).
Existe muita especulação sobre o que de fato poderia ser o amor. Há quem distorça seu significado ligando a coisas mundanas ou egoístas, ou ligando unicamente a um caráter espiritual. A verdade é que o amor é um sentimento que faz com que nós pensemos em algo além de nós mesmos.
Não apenas pensamento, mas o amor estabelece um tipo de conexão. Quando você ama, você está ligado à/o coisa/ser amado (sim, há pessoas que amam coisas). E isso não é uma ligação qualquer. O nível de relevância que se dá a quem/que se ama é equiparável ao que alguém dá a si próprio. É como um segundo eu. Por isso que se considera quem se ama como parte de sua própria vida.
Você reconhece a identidade do outro, bem como sua própria. Mas quando se ama, o reconhecimento que se tem do outro vem adicionado da característica 'ser amado', assim como o reconhecimento de si próprio como 'ser que ama'. E ainda chego a ir mais longe... Quando você se dá conta que alguém te ama, esse fato fica impossível de ser ignorado. E sempre que você pensar nessa pessoa, a característica 'ser que me ama' virá agregada ao que a criatura significa pra você.
Amor é um sentimento que traz essa importância com ele. Não há como amar algo que não considera importante. Se você ama algo, aquilo é importante pra você.
Se prestarmos atenção, tudo o que existe se interliga de alguma forma. Ao que me parece, as conexões estão por aí. Há teorias científicas e crenças religiosas que afirmam a mesma coisa (embora de formas diferentes). O amor nos torna conscientes dessas conexões, ao mesmo tempo que as fortalece (mesmo que às vezes unilateralmente).
O amor é um sentimento que por si só transcende limites. Quando se ama, as pessoas são capazes de fazer coisas que nunca fariam caso não amassem. O amor ultrapassa os limites da lógica, da sanidade, da existência. O amor pode conceder uma força sobre-humana em uma situação crítica, bem como anular completamente o medo da morte. Não é à toa que perder alguém que ama é tão doloroso, pois é como perder parte de si.
A noção de que somos parte de um todo é uma das coisas que pode realmente salvar o mundo (assim como a falta dessa noção pode destruir). Pois além disso ser um fato concreto, ainda há a questão filosófica e sentimental que isso implica. Uma ação individual interfere no contexto geral. O contexto geral interfere em cada indivíduo (inclusive naquele que provocou a ação). Então uma ação que piore o mundo, vai acabar interferindo negativamente na vida daquele que a praticou (a famosa lei do retorno, ou Karma). E os seres humanos em geral sempre acabam esquecendo ou deixando de lado essa noção de coletividade/todo em algum momento. Por puro egoísmo, ou estupidez mesmo.
O amor, mesmo que de forma inconsciente, estabelece uma conexão com  todo. Talvez por isso as religiões afirmem que 'Deus é amor', embora muitos fiés e sacerdotes confundam isso com adoração à figura divina.
O amor é algo que retoma essa noção básica de que nós existimos além de nossos próprios corpos. Existe no amor uma sabedoria que faz com que nosso próprio egoísmo seja solidário. Porque quando o amor se manifesta, podemos nos sentir bem com a felicidade do outro (ou sofrer com a dor do outro). Porque quando amamos, somos todos iguais. Quando amamos, é como se fôssemos todos o mesmo indivíduo. Quando amamos, somos tudo o que existe, tudo o que imaginamos e tudo o que sequer conseguimos imaginar. Quando amamos de verdade, somos Deus. Não é à toa que o amor transcende a própria noção de existência.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Sonho, catarse absoluta.

O mundo dos sonhos é incrível.
Não há regras, nem limites.
Há lógica, embora nem sempre muito clara.
E o que podemos fazer em sonho depende apenas de nossa mente.
Dá até pra voar. 

Além de várias outras coisas aparentemente impossíveis. 
Além de algumas possíveis.
Um sonho sempre começa de forma inexplicável.
E sempre termina de forma inesperada.
Só de pensar sobre os sonhos pode-se aprender muita coisa.
Sobre a vida, sobre a realidade, sobre si mesmo e sobre coisas complicadas de se explicar.


Pobres daqueles que não sonham.
Condenados a viver apenas a realidade
Privados eternamente de suas próprias capacidades.
Impedidos de mergulhar no mundo do subconsciente.

Talvez não sonhem por estarem satisfeitos com a realidade...
Por terem realizado tudo que almejam
E por isso não sonhem.
Mas não creio que seja isso.

Talvez seja algum bloqueio psicológico
Uma espécie de castigo sobrenatural, quem sabe...
Ou simplesmente uma prisão (é o que parece fazer mais sentido)
Já conheci gente que não sonha.
E não foram poucas pessoas.
Mas não saberia dizer quem são.
Talvez por eles não sonharem, ou nunca lembrarem de seus sonhos...
Eu não consiga lembrar quem são essas pessoas.
Mas sei que existem. E não me pareceu que havia algo de errado com elas.
De alguma forma, devem entender mais da realidade do que eu.
Mesmo assim...
Pobres daqueles que não sonham.
 

Já sonhei com muita coisa
Já sonhei com muita gente
Já tive sonhos que se realizaram
E pesadelos também.
Já sonhei com a morte, várias mortes
E com a destruição de tudo o que existe...
Onde o simples ato de acordar tudo recriava.
Já vi apocalipses
E escapei de alguns
Descobri que quando se morre num sonho quase sempre se acorda
Mas quando não acorda é que a coisa fica interessante.
A percepção sensorial muda, ou praticamente some.
Quase tudo vira conceito e o pensamento deixa de ser verbal.
 

Eu não saberia dizer se já compartilhei um sonho com alguém
Isso eu realmente gostaria de descobrir

Sempre gosto de ouvir o sonho de alguém que sonhou comigo
Sempre tive a esperança de poder dizer:
"Sério? Eu sonhei a mesma coisa!"

E continuar a conversa falando de detalhes do sonho ou coisa do tipo.
Talvez se isso um dia acontecer, eu obtenha um outro nível de consciência


Já tive sonhos que podem interferir na vida de algumas pessoas caso eu conte
E caso eu não conte também.
Ultimamente ando me preocupando com um em específico.
Que eu não vou contar. Não importa o que aconteça.

Até fico preocupado por fazer esse tipo de experiência com o destino...
Mas creio que estou fazendo a coisa certa.

Afinal o sonho é meu.
Além disso, o ato de contar poderia ser desastroso
Guardar essa informação é a coisa mais ética a se fazer.



Sonhos são realmente incríveis
Eu já senti todo tipo de emoção num sonho...
Exceto uma:




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Tédio