Desembrulhe e boa leitura

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domingo, 7 de abril de 2013

O moleque

Subiu pra pegar uma goiaba
Uma espingarda alguém apontou
E atirou sem fazer esforço
O moleque leva um tiro de caroço
Cujo olho esquerdo estourou

Então metade do mundo que via
Simplesmente não existia
Olhou pro fazendeiro
Sua raiva transbordava

Em um ataque sorrateiro
Roubou-lhe a maldita espingarda
Ao ver que não tinha bala, usou como porrete
Sem piedade, desceu-lhe o cacete

Até o homem cair
Não parava de bater
Sua raiva estava a gritar
E o seu sangue a ferver

Ao ver o homem caído, olhou em volta
Não viu ninguém
E pensando mais além
Foi embora amargurado

Depois de tanto esforço
Pegou a estrada torta
Restou-lhe uma goiaba no bolso
E a morte batendo à porta


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