- Olhe bem nos meus olhos.
- Estou olhando...
- O que você vê?
- Uma bola preta. Também dá pra ver algo como uma íris...
- Sei...
- E nos meus, o que você vê?
- Reflexo.
- Que reflexo?
- Nesse momento o meu... Mas se eu virar pro lado posso ver partes da paisagem.
- Então os olhos são espelhos? Ouvi dizer que eram janelas.
- Talvez todas as janelas sejam espelhos...
Desembrulhe e boa leitura
terça-feira, 17 de setembro de 2013
domingo, 15 de setembro de 2013
Não aplaudam, aprendam. Ou apenas vejam o vídeo.
Houve uma vez, num Carnaval...
Eu estava andando com meus amigos indo para os shows e alguém na nossa frente jogou uma lata no chão (bem do lado de uma lixeira). Como num gesto automático, sem sequer parar de caminhar, peguei a lata e joguei no lixo.
Ao fazer isso um grupo de meninas, que estavam atrás de nós, aplaudiram minha ação. A galera em volta tirou onda, dizendo que eu impressionei as meninas e tudo mais. Mas a verdade é que eu nem fazia ideia que jogar uma lata no lixo fosse gerar uma reação positiva de alguém. Até porque não era a primeira vez que eu fazia algo assim.
Agora, relatando esse fato, percebo que há algo de muito estranho com nossa sociedade. E essa coisa estranha é uma falta de noção do óbvio. E isso é tão dominante que, quando alguém faz algo óbvio as pessoas estranham. Pra mim jogar o lixo na lixeira é o mínimo a se fazer. E eu nem vou falar da reciclagem, era uma lixeira comum mesmo.
Havia uma lixeira na frente da pessoa e, mesmo assim, jogaram o lixo no chão. Ao jogar o lixo no lugar certo, fui aplaudido. Isso é realmente estranho, porque eu não fiz nenhum esforço nem nada digno de aplauso. E ter jogado uma lata no lixo não faz de mim um cara ecologicamente correto (afinal esse lixo iria para um lixão, etc.).
Outro dia eu vi uma reportagem que mostrava boas ações de pessoas na cidade. Só que boa parte dessas pessoas que foram ajudadas só precisavam de ajuda porque a cidade estava sucateada (um cadeirante pra subir a calçada na falta de uma rampa, um ciclista que levou uma queda por falta de ciclovia, e por aí vai). A boa ação mostrada na maior parte das cenas só foi necessária porque cuidavam mal da cidade. Essas pessoas NÃO PRECISARIAM de ajuda se aqueles que são pagos para cuidar da cidade fizessem seu trabalho direito. O cidadão não tem que ser um bom samaritano. Isso não é sua obrigação. Eu não preciso jogar o lixo de outra pessoa na lixeira.
A grande verdade é que se tem como normal agir estupidamente. É considerado normal um político roubar, ou ter programas tão ruins na televisão que alguns canais são chamados de "Rede Esgoto" e assim por diante. É considerado normal uma avenida com engarrafamento, atropelamentos e mortes. É considerado normal que o sofrimento das pessoas seja uma publicidade eleitoral. É considerado normal vaiar médicos estrangeiros como forma de protesto. É considerado normal líderes uma religião que tem no 'Amor' sua principal virtude disseminar mensagens de ódio.
E quando alguém quebra esse padrão isso é tão estranho, mas tão obviamente correto, que essa pessoa é aplaudida ou que se faça uma reportagem dizendo que ainda existem boas pessoas. Nem eu nem as pessoas da reportagem somos santos ou iluminados. Apenas fizemos o que achávamos que deveria ser feito. A nossa sociedade precisa aprender que, por mais que a tendência seja a decadência, todos podem agir de forma consciente.
Eu em meu pessimismo, afirmo com uma certeza quase absoluta, que não tenho esperanças pra esse mundo ou para a humanidade. Mas isso se deve à minha experiência de vida. Se mesmo alguém egoísta e pessimista como eu pode fazer algo de bom, imagina quanto potencial as pessoas normais não teriam...
A grande verdade é que a humanidade tem potencial para salvar ou destruir o mundo. Em minhas limitações, faço o possível para não destruir (e talvez até melhorar, não tenho a pretensão de dizer que poderia salvar o mundo). Meu próprio egoísmo diz que eu quero viver num mundo melhor que esse. Logo, piorá-lo seria trair a mim mesmo. É assim que eu vejo as coisas.
Aqui vai um vídeo no mínimo inspirador, um personagem que enxergou o óbvio em algo e fez o que achava que tinha que fazer. Essa animação é de uma simplicidade tão grande que até alguém pessimista como eu sentiu um pouco de esperança de que o mundo não seja um lugar tão obscuro.
A grande verdade é que a humanidade tem potencial para salvar ou destruir o mundo. Em minhas limitações, faço o possível para não destruir (e talvez até melhorar, não tenho a pretensão de dizer que poderia salvar o mundo). Meu próprio egoísmo diz que eu quero viver num mundo melhor que esse. Logo, piorá-lo seria trair a mim mesmo. É assim que eu vejo as coisas.
Aqui vai um vídeo no mínimo inspirador, um personagem que enxergou o óbvio em algo e fez o que achava que tinha que fazer. Essa animação é de uma simplicidade tão grande que até alguém pessimista como eu sentiu um pouco de esperança de que o mundo não seja um lugar tão obscuro.
Em vez de aplaudir, sigam o exemplo. Não precisam tentar imitá-lo. Basta que faça o que achar correto quando achar que deve fazer. Saber escolher entre a estupidez e a sabedoria não é algo tão complicado quanto parece. Toda ação gera uma consequência. Se pensar na consequência de suas ações, não será difícil descobrir o que é o certo a se fazer.
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Dedicatória
A todos aqueles que já foram fortemente injustiçados
A todos os que tiveram algo importante roubado pela
estupidez humana
A todos que sentiram que não possuíam lugar no mundo
A todos que já olharam para o próprio abismo várias vezes
A todos que quando mais precisaram da pessoa amada, estavam
sozinhos
A todos que já amaram mais do que a lógica permitia
A todos que sofreram mais do que achavam que poderiam
suportar
A todos que já engasgaram com o choro que não saía
A todos que já se sentiram abandonados pela sorte
A todos que viveram desventuras perversas do destino
A todos que já tiveram um pesadelo que se concretizou
A todos que já perderam as esperanças
E que mesmo assim persistem nos seus princípios
A todos que precisam lutar contra a realidade para não serem
esmagados
A todos que já estiveram à beira da loucura
A todos que nunca serão devidamente compreendidos
A todos que, por mais que mereçam, nunca serão recompensados
A todos que já viram a morte de perto e escaparam
E a todos que não escaparam...
Eu entendo como se sentem.
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